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domingo, 23 de março de 2025

Crise no jornalismo global? Ou um ponto de ruptura e DISRUPÇÃO

                           

Jornalismo Global – Sobreviveremos à Era da Desinformação?

A relação entre poder político e imprensa atingiu agora um dos momentos mais conturbados da história. O fenómeno não começou agora, mas rapidamente está a tornar-se mais evidente que a desconfiança criada propositalmente na mídia tradicional, não é apenas um sintoma da polarização acentuada, mas sim uma ferramenta de manipulação das massas.

O uso sistemático de "fake news" para promover a desinformação no mundo e assim moldar e definir políticas públicas, não só descredibiliza os meios de comunicação tradicionais como também está a reforçar a ideia de que a verdade pode ser moldada de acordo com interesses políticos e ideológicos. Um cenário que leva a uma crise dupla e sem precedentes, cujos efeitos ainda se fazem sentir no jornalismo global com um impacto mais abrangente do que estamos a ver, com o encerramento de órgãos vitais para o funcionamento da democracia.

Vemos com tristeza a erosão da confiança pública, quando um número crescente de pessoas passou a questionar a imparcialidade da imprensa tornando-se mais vulnerável à desinformação e uma crescente polarização. Assistimos quase que de mãos atadas o consumo de notícias passar a ser um exercício de confirmação de crenças, em vez de uma busca genuína pela verdade. Em vez de expandir perspectivas, a informação tornou-se um campo de batalha ideológico.

Perante esta nova realidade, é impossível para muitos de nós ignorar o impacto profundo na forma como o jornalismo é produzido e consumido. Mas o que realmente se perde? Ainda é possível espremer estes limões?

Os desafios que ameaçam o jornalismo

Declínio do jornalismo tradicional: Nos últimos anos, muitas redações reduziram drasticamente as suas operações, levando à diminuição do jornalismo de investigação. O enfraquecimento destes espaços abriu caminho à disseminação de informações não verificadas e sensacionalistas.

Impacto na democracia: Sem um jornalismo forte e independente, denúncias de corrupção, abusos de poder e violações de direitos humanos correm o risco de não serem expostas ou sequer investigadas.

Sobrecarga e ameaças aos jornalistas: O ambiente tornou-se mais hostil para os profissionais da área, que enfrentam não apenas pressão psicológica, mas também ataques diretos, assédio online e tentativas de censura.
Para onde caminhamos? As mudanças inesperadas e oportunidades. "A ascensão do freelancer"
Claramente observamos a ascensão do jornalismo independente, com o aumento de plataformas alternativas para solicitar serviços com jornalistas locais.

Mas ainda assim, o que poderá garantir a sobrevivência do jornalismo no futuro?


Futuro do Jornalismo: 5 Caminhos para a Reinvenção

1. Transparência como pilar fundamental A credibilidade da pode ser reconstruída através de práticas mais abertas. Mostrar ao público como uma reportagem é feita, divulgar fontes e contextualizar processos editoriais são medidas essenciais para recuperar a confiança perdida.

2. Modelos de financiamento sustentáveis A dependência de publicidade e de grandes grupos enfraquece a independência jornalística. Alternativas como assinaturas, financiamento coletivo e eventos exclusivos surgem como soluções viáveis para garantir a continuidade do trabalho de investigação.

3. Combate à desinformação A criação de equipas dedicadas à verificação de factos e a expansão de ferramentas para identificar notícias falsas são fundamentais para travar o avanço da desinformação e proteger a integridade da informação.

4. Jornalismo de soluções Focar apenas nos problemas gera desmotivação e desconfiança. Destacar respostas eficazes para desafios sociais e políticos pode aproximar o público e estimular um envolvimento mais construtivo.

5. Educação para a literacia mediática A formação de um público crítico e capaz de distinguir factos de opinião deve ser uma prioridade. Parcerias entre jornalistas e educadores podem ajudar a desenvolver uma cultura de consumo consciente da informação.
O Que Esperar do Futuro?

A crise desencadeada, e acentuada com o encerramento de grandes órgãos como a VOA, por exemplo, deixa marcas profundas, mas também impulsiona mudanças estruturais. O futuro do jornalismo será moldado por aqueles que souberem:

Utilizar a tecnologia sem comprometer a ética, incorporando ferramentas de análise de dados e inteligência artificial sem abdicar do rigor na apuração.

Fortalecer a relação com o público em especial com as comunidades, criando canais diretos de comunicação e evitando a dependência exclusiva dos algoritmos.

Defender modelos de financiamento transparentes e sustentáveis, reduzindo a vulnerabilidade da imprensa a pressões externas.

Se o jornalismo tradicional foi abalado, isso não significa que está condenado ao desaparecimento. Pelo contrário: estamos perante um momento de transformação, onde a necessidade de informação credível nunca foi tão urgente.

O Papel do Público na Construção do Jornalismo do Futuro

A informação de qualidade só sobreviverá se houver um público disposto a apoiá-la. A pergunta que fica é: como cada um de nós pode contribuir para um jornalismo mais forte, ético e relevante?

"O jornalismo não morreu "está a reinventar-se". Apoia a informação de qualidade? Partilhe este artigo e incentive o pensamento crítico. #JornalismoÉResistência"

Neusa e Silva

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Grande Reportagem sobre ODS`s na CPLP da 6.ª Oficina de Jornalismo Colaborativo com Neusa e Silva


                    "A educação é a alavanca para o desenvolvimento sustentável”
                      Neusa e Silva, Fundadora da Oficina prática para Jornalistas


A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) enfrenta realidades distintas na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. 

Com a aproximação dos 50 anos de independência de Angola, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe agora em 2025, esta grande reportagem colaborativa produzida a partir dos vários países da comunidade, analisa avanços e obstáculos no caminho para a sustentabilidade.

Em Moçambique e Angola, o foco recai sobre os setores da educação e economia, onde a falta de investimento em formação está a provocar uma fuga de talentos (ODS 4, 8, 9, 10). Na saúde, sistemas frágeis colocam em risco a erradicação do HIV até 2030 (ODS 3, 10).

Deonilde da Graça guiar-nos-á pelos desafios da igualdade de género em Angola (ODS 1, 5, 8, 10), enquanto Cabo Verde se mantém um exemplo positivo, com progressos visíveis em trabalho digno, inovação e clima (ODS 8, 9, 13).
Para encerrar, uma entrevista imperdível revela como Angola, Brasil, São Tomé e Príncipe e Portugal estão a moldar a nova geração de cientistas para o mundo através do projeto global “Escolas Azuis”. Não perca a conversa, disponível via link neste artigo uma produção inserida na 6.ª Oficina de Jornalismo da CPLP.



Moçambique 
Carlos Nhabetse, Jornalista estagiário e integrante da 6.ª edição da Oficina 

Em Moçambique a falta de investimento na educação e a fuga de quadros qualificados compromete o alcance das ODS`s 2030 no referido setor. 
Por Carlos Nhabetse

Moçambique enfrenta desafios significativos na implementação dos ODS na educação. Especialistas alertam que até 2030, o país dificilmente alcançará a sustentabilidade educacional devido ao baixo investimento na formação de quadros, à escassez de recursos tecnológicos e humanos e à falta de valorização dos profissionais qualificados.

O Dr. João Miguel, presidente da Associação Moçambicana de Ciências da Comunicação e Informação (ACICOM) e docente na Universidade Eduardo Mondlane, destaca que embora haja esforços para capacitar profissionais, o financiamento ainda é insuficiente para atender à crescente demanda. Além disso, muitos formandos não encontram oportunidades compatíveis com suas qualificações no país, o que os leva a buscar trabalho no exterior.

A migração de quadros altamente qualificados tornou-se um dos maiores desafios para Moçambique. Profissionais de áreas essenciais, como saúde, educação, tecnologia e engenharia, têm emigrado para países como Portugal, Brasil e Canadá em busca de melhores condições salariais e de trabalho. Segundo o especialista, essa fuga de talentos compromete seriamente a capacidade do país de desenvolver setores estratégicos e de fortalecer a economia.

Quais os principais fatores que impulsionam a emigração de quadros moçambicanos?

A Falta de equipamentos modernos e infraestrutura inadequada vem dificultando o desempenho profissional dos quadros de vários setores, aliada com a pouca ou inexistente valorização dos quadros locais, com salários pouco competitivos e ausência de incentivos para retenção de talentos. Outro aspeto é a ausência de políticas eficazes para fixação de profissionais, especialmente em áreas rurais e setores técnicos.

Além da perda de capital humano, a crise econômica tem afetado esses emigrantes, tornando mais difícil a adaptação nos países de destino. Em Portugal, por exemplo, o aumento do custo de vida e as mudanças nas regras de imigração têm levado muitos moçambicanos a enfrentar dificuldades financeiras e instabilidade laboral.

Para reverter essa realidade, João Miguel sugere que Moçambique invista em programas educacionais que preparem os estudantes para um mercado de trabalho mais competitivo, além de criar mecanismos para reter talentos e garantir a valorização dos profissionais formados no país. 


Moçambique
Luisa Muhambe, Jornalista integrante da 6.ª edição da Oficina 

Moçambique e o HIV: Uma batalha contra o tempo (e as falhas que ameaçam o futuro)
Por Luísa Muhambe

A erradicação do HIV e da tuberculose é uma meta dos ODS, mas Moçambique ainda enfrenta obstáculos críticos no setor da saúde. Segundo Gilda Jossias, presidente da Plataforma Nacional da Sociedade Civil para a Saúde e os Direitos Humanos (PLASOC), a falta de equipamentos para testagem, escassez de medicamentos e carência de profissionais qualificados comprometem o atendimento adequado aos pacientes.

Além disso, o estigma social e a falta de privacidade nas unidades de saúde dificultam a adesão ao tratamento. O agravamento da crise econômica também tem impacto na situação dos emigrantes moçambicanos que vivem com HIV em países como África do Sul e Portugal, onde muitos enfrentam dificuldades no acesso a medicamentos e assistência médica devido a cortes nos serviços públicos.

Para superar esses desafios, especialistas defendem o fortalecimento do sistema de saúde com investimentos em infraestrutura, capacitação de profissionais e campanhas de conscientização para combater a discriminação.


Angola
Deonilde da Graça, Jornalista e integrante da 6.ª edição da Oficina 

Angola: A Urgência de Romper o Silêncio Sobre as Desigualdades de Gênero
Por Deonilde da Graça

A igualdade de gênero é um dos pilares dos ODS, mas em Angola as disparidades ainda são evidentes. As mulheres representam 51,7% da população economicamente ativa, porém 81,1% delas estão no setor informal, enfrentando dificuldades no acesso ao mercado de trabalho formal.

A taxa de desemprego juvenil chegou a 56,4% em 2024, afetando especialmente as mulheres jovens, que lidam com a dupla discriminação de gênero e idade. Além disso, muitas profissionais qualificadas têm deixado o país por não encontrarem reconhecimento e oportunidades de crescimento.
A crise econômica tem agravado a situação das mulheres emigrantes angolanas. Em países como Brasil e Portugal, muitas delas enfrentam dificuldades para validar seus diplomas e acabam ocupando empregos subqualificados, como trabalho doméstico e serviços de atendimento.

A pobreza multidimensional também impacta fortemente as mulheres dentro do país, restringindo seu acesso à saúde, educação e segurança alimentar. O Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027 busca ampliar a inclusão educacional e laboral, mas desafios como a falta de infraestrutura escolar e a sobrecarga de tarefas domésticas ainda limitam as oportunidades para meninas e mulheres.

Embora Angola tenha registrado avanços, como a maior representatividade feminina na política e programas de capacitação, é essencial fortalecer políticas públicas e iniciativas sociais para garantir um futuro mais equitativo.

Cabo Verde: Líder entre os PALOP

Na posição global: 88.º é o melhor entre os países africanos de língua portuguesa. Regitsa progressos no ODS 13 (Ação Climática), mas mantém obstáculos na erradicação da pobreza e acesso a recursos básicos.

Segundo a coordenadora da ONU no país, Patrícia Portela de Sousa, os indicadores cabo-verdianos superam a média global e regional, refletindo um crescimento econômico sólido e políticas públicas eficazes.

Em 2024, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima as previsões de crescimento do PIB do arquipélago, estimando um aumento de 6% neste ano e 5% em 2025. O desempenho positivo coloca Cabo Verde acima da média da África Subsaariana, consolidando sua posição como referência em desenvolvimento sustentável.

Entretanto, mesmo com esses avanços, a emigração continua sendo um fenômeno presente no arquipélago. Muitos cabo-verdianos, especialmente jovens qualificados, têm buscado oportunidades na Europa, sobretudo em Portugal e França. A crise econômica global tem impactado esses emigrantes, dificultando o acesso ao mercado de trabalho e aumentando a concorrência com cidadãos locais.

A estabilidade política, os investimentos em educação e a ampliação do acesso a serviços básicos são fatores determinantes para o progresso do país. No entanto, desafios como a vulnerabilidade econômica e as mudanças climáticas ainda exigem atenção para garantir a continuidade desse crescimento.

Como as “Escolas Azuis” estão a transformar jovens na próxima geração de cientistas em todo mundo?




Angola, Brasil, São Tomé e Príncipe e Portugal tem um comum a implementação da iniciativa educativa revolucionária: as Escolas Azuis. 

Trata-se de um projeto que integra a cultura oceânica no currículo escolar e que está a formar uma nova geração de jovens cientistas comprometidos com a sustentabilidade do planeta. A reportagem colaborativa da Oficina de Jornalismo da CPLP revela como este modelo está a contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2030.

As Escolas Azuis adotam uma abordagem pedagógica inovadora, baseada na resolução de problemas reais e na interdisciplinaridade. Os alunos são desafiados a pensar criticamente e a agir de forma proativa em projetos ligados ao oceano desde a poluição marinha até à conservação de ecossistemas. 

A iniciativa, certificada pela Rede Escola Azul Atlântico, reconhece instituições que integram a cultura oceânica de forma criativa e estratégica, preparando os jovens para serem protagonistas na luta pela sustentabilidade.

CPLP em Foco: Portugal, Brasil e São Tomé, os países que lideram a mudança

Em entrevista exclusiva à grande reportagem colaborativa, Raquel Costa, consultora da Iniciativa Ocean Literacy e Escolas Azuis, explicou que o projeto não é só sobre o oceano, é também sobre empoderar jovens para verem a ciência como uma ferramenta de transformação social. Quando um aluno de São Tomé propõe soluções para a erosão costeira com base nas boas práticas promovidas pelo Projeto Escolas Azuis, está a contribuir diretamente para os ODS 2030.

“Propus à UNESCO que liderassem a criação de uma rede global, que não é mais do que juntar à mesma mesa os atores de boas práticas, para apoiar os países e para nos apoiarmos uns aos outros”
Raquel Costa, Consultora da Iniciativa Ocean Literacy e Escolas Azuis


Raquel Costa, consultora da Iniciativa Ocean Literacy e Escolas Azuis


Propus à UNESCO que liderassem a criação de uma rede global, que não é mais do que juntar à mesma mesa os atores de boas práticas, para apoiar os países e para nos apoiarmos uns aos outros”
Raquel Costa, Consultora da Iniciativa Ocean Literacy e Escolas Azuis

Conclusão

Portugal Lidera o Cumprimento dos ODS entre os Países Lusófonos e na sequência do Ranking vem o Brasil que está na frente de Cabo Verde. 

Portugal é o país lusófono mais avançado na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), segundo o Relatório de Desenvolvimento Sustentável 2024. O país ocupa a 16.ª posição global, a mais alta da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), destacando-se na erradicação da pobreza (ODS 1), igualdade de género (ODS 5) e energia limpa (ODS 7). No entanto, ainda enfrenta desafios em consumo sustentável e proteção ambiental.

O Brasil, em 52.º lugar, avança em energias renováveis (ODS 7) e parcerias globais (ODS 17), mas lida com desigualdade social e pobreza. Já Cabo Verde, na 88.ª posição, lidera entre os países africanos lusófonos, com progresso na ação climática (ODS 13), apesar de obstáculos socioeconômicos.

Os PALOP enfrentam desafios estruturais: São Tomé e Príncipe (118.º) e Moçambique (148.º) progridem em áreas específicas, mas lidam com pobreza e instabilidade política. Angola (155.º) apresenta retrocessos econômicos. Guiné-Bissau (156.º) e Timor-Leste são os mais vulneráveis, com governança frágil e pouco avanço nos ODS.
Apesar de liderar entre os lusófonos, Portugal ainda tem desafios a superar. O Brasil e Cabo Verde avançam em setores estratégicos, enquanto os PALOP precisam de reformas e cooperação internacional (ODS 17) para acelerar o desenvolvimento sustentável.

Sobre o projeto 

Fundada há 5 anos pela jornalista angolana Neusa e Silva, correspondente internacional com experiência em veículos como Euronews, CNN Portugal, Rádio e Televisão Pública Alemã, e Projetos de investigação ambiental, a Oficina prática e gratuita de Jornalismo Colaborativo na CPLP é uma resposta à desigualdade no acesso à formação jornalística de alto nível.. 

A 6.ª edição conta com a Parceria Estratégica do Observatório do Terceiro Setor do Brasil e do Dia de doar Brasil, e tem como tema central os "Desafios no Alcance dos ODS 2030 na CPLP" 

A Oficina virtual tem o apoio de jornalistas internacionais, mentores residentes como 

Filipe Teles, Jornalista especialista em reportagens colaborativas, Márcia Veiga Jornalista da BBC, Osvaldo Silva Freelancer da AFP, Gastão Travado do Coletivo de Filmmakers de Lisboa e mais recentemente juntou-se ao coletivo de mentores residentes o Jornalista Ricardo Figueira da Euronews. 

A Oficina não é só sobre formação prática, é também um movimento para garantir que o jornalismo global ouça as vozes que tradicionalmente ficam de fora por falta de privilégios sociais.”

Neusa e Silva, Fundadora
Email: neusaesilvaangola@gmail.com

Uma Revolução criada para formação prática de jornalistas










quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

A Visita de Joe Biden a Angola com passagem por Cabo Verde: Potencial para o desenvolvimento sustentável e impacto nas comunidades mais carentes



A menos de um ano de Cabo Verde e Angola celebrarem meio século de independência, a primeira visita de um Presidente dos Estados Unidos da América a ambos os países marca um momento histórico. Para além do impacto simbólico, esta visita pode abrir portas para um desenvolvimento mais equitativo e sustentável, especialmente para a população mais carente.

Angola no Centro da Geopolítica

A presença de Joe Biden em Angola sublinha a importância crescente do país no cenário geopolítico mundial. A sua localização estratégica e os vastos recursos naturais, como petróleo, gás e minerais, tornam Angola um parceiro valioso para várias potências globais. Este reconhecimento coloca Angola sob um novo olhar, não só dos Estados Unidos, mas também de outros investidores internacionais.

Para além dos recursos naturais, há um interesse emergente em diversificar as áreas de investimento. Setores como a agricultura, a transformação alimentar e a industrialização local começam a ganhar destaque, especialmente no contexto da redução da dependência das importações. Esta mudança não só poderá fortalecer a economia nacional, mas também criar oportunidades significativas para as populações mais vulneráveis.

Potenciar Ganhos para as Comunidades Carentes

A história de países como o Botswana oferece um modelo inspirador para Angola. No Botswana, as multinacionais que exploram recursos locais são condicionadas a investir diretamente nas comunidades onde operam, por meio de programas de desenvolvimento social e infraestruturas. Em Angola, medidas semelhantes poderiam traduzir-se em:

Criação de Empregos Locais: Priorizar a contratação de mão de obra local e garantir formação profissional pode melhorar significativamente as condições de vida das comunidades carentes.

Desenvolvimento de Infraestruturas: Investimentos em escolas, hospitais, e redes de transporte nas áreas mais pobres podem ser exigidos como contrapartida às multinacionais.

Industrialização Local: Fomentar a transformação da matéria-prima dentro do país cria uma cadeia de valor que beneficia diretamente a população.

Apoio à Agricultura e Segurança Alimentar: Desenvolver a indústria alimentar transformadora pode reduzir a insegurança alimentar, gerar empregos e fomentar economias locais.
O Papel das ODS 2030

A presença internacional crescente em Angola pode contribuir para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente em áreas como:

Erradicação da Pobreza (ODS 1): Com a criação de emprego e melhorias nas infraestruturas.

Educação de Qualidade (ODS 4): Através de investimentos em escolas e programas de capacitação.

Indústria, Inovação e Infraestruturas (ODS 9): Com a promoção de indústrias locais e a melhoria de infraestruturas.

Redução das Desigualdades (ODS 10): Garantindo que os benefícios do desenvolvimento cheguem às populações mais vulneráveis.


Como Ativar Estes Ganhos

Para que estas oportunidades se traduzam em benefícios concretos, é essencial implementar estratégias claras e eficazes como políticas governamentais fortes com regulamentações que exijam contrapartidas sociais e ambientais às multinacionais, transparência e responsabilidade com monitorização dos investimentos e assegurar que os compromissos sejam cumpridos, parcerias público-privadas para promover colaborações entre o governo, empresas privadas e organizações não governamentais para maximizar o impacto social e envolvimento das comunidades para garantir que as populações locais participem na tomada de decisões e beneficiem diretamente dos projetos.
Um Futuro Promissor

A visita de Joe Biden e o consequente interesse internacional por Angola são mais do que um sinal de reconhecimento geopolítico, o que se traduz, quando bem aproveitado, em uma oportunidade para transformar o potencial económico em ganhos concretos para as comunidades. Com políticas bem estruturadas e o envolvimento ativo das comunidades, Angola tem a oportunidade de se tornar um modelo de desenvolvimento sustentável em África, contribuindo simultaneamente para o cumprimento das metas globais das ODS 2030.

Se o momento for bem aproveitado, o impacto poderá ser duradouro, promovendo não só o crescimento económico, mas também a justiça social e a melhoria da qualidade de vida das populações mais carentes.

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Pautas prioritárias e Jornalismo Freelance ao serviço das ODS´s 2030


Escolheu o jornalismo porque acredita no poder das histórias. Acredita que uma reportagem bem feita pode iluminar problemas, dar voz a quem é silenciado e inspirar mudanças. Mas, sejamos honestos: o caminho nem sempre é fácil.

Quantas vezes já se sentiu frustrado ao tentar encontrar espaço num mercado saturado? Quantas vezes já questionou como poderia destacar-se num cenário tão competitivo, onde as oportunidades parecem ser escassas e as grandes redações cada vez mais reduzidas?

A realidade é que o jornalismo está a passar por uma transformação rápida. As grandes redes de comunicação, para enfrentar os desafios de orçamento e de eficiência, apostam cada vez mais em freelancers. Já não procuram apenas repórteres generalistas; procuram especialistas. Profissionais locais que conheçam a fundo os seus contextos e que possam trazer, de forma ágil e precisa, histórias de impacto direto dos locais onde os factos acontecem.

O que procuram as grandes empresas de comunicação?Alcance global, orçamento local: Contratar jornalistas freelancers locais permite que estas redes atuem em qualquer parte do mundo sem os custos de deslocação de equipas internas.
Narrativas autênticas e contextuais: Valorizam reportagens que carreguem o olhar único e aprofundado de quem vive e conhece o terreno. É isso que dá credibilidade e profundidade às histórias.
Rapidez e eficiência: O tempo é essencial, e contratar localmente é uma forma de acelerar a cobertura dos acontecimentos.

Mas o que isto significa para si? Significa que, pela primeira vez, não precisa de estar numa grande redação em Londres, Nova Iorque ou São Paulo para ter impacto global. Pode construir uma carreira internacional a partir da sua cidade, do seu país, desde que esteja preparado e posicionado da maneira certa.

Por que motivo tantas portas parecem fechadas?

Porque o mercado mudou, e muitos ainda não compreenderam como adaptar-se. As grandes redes já não contratam como antes; procuram jornalistas com portfólios digitais sólidos, com capacidade para contar histórias locais relevantes, conectadas aos desafios globais. Querem profissionais que compreendam o contexto, que utilizem dados e que apresentem soluções.


Se sente que falta algo para dar o próximo passo, talvez seja porque o mercado mudou as regras, e ninguém lhe explicou. Mas a boa notícia é que nunca houve tantas oportunidades para jornalistas freelancers.

Este é o momento de redefinir a sua carreira.

Imagine conseguir mostrar o impacto das alterações climáticas na sua região e que essa história alcance leitores em todo o mundo. Imagine ter a sua reportagem publicada numa grande rede de comunicação internacional porque soube estruturar uma proposta que destacasse a relevância e o valor único da sua narrativa.

As grandes pautas globais como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), alterações climáticas, desigualdades sociais não estão a ser devidamente exploradas nos alinhamentos editoriais. Pode ser o profissional que trará estes temas para o centro do debate, alinhando-se não só ao que o público procura, mas ao que o mundo realmente precisa.

O que precisa para dar este salto? Um portfólio digital bem estruturado, que mostre o seu trabalho e a sua capacidade de contar histórias de impacto.
Conexões em redes de freelancers e jornalistas independentes. Trabalhar de forma isolada já não funciona; é necessário criar uma rede de trabalho conjunto, especialmente nos países da CPLP, onde há tanto potencial por explorar.
Saber apresentar propostas de reportagem claras, bem fundamentadas e que respondam diretamente às necessidades das grandes redações.

Conhecer os apoios e financiamentos disponíveis para cobrir temas de relevância global, como os relacionados com o clima e os ODS.

O jornalismo de hoje exige mais, mas também oferece mais. Este é o momento de se preparar, de posicionar-se como um profissional que compreenda as necessidades do mercado e que esteja disposto a ser a ponte entre o local e o global, entre as histórias que precisam de ser contadas e o público que precisa de as ouvir.

O mundo precisa da sua voz. As grandes redes de comunicação precisam da sua visão local para enriquecer as suas narrativas. E merece ocupar o espaço que sempre desejou no mercado internacional.

Não deixe que as portas continuem fechadas. Invista no seu propósito, na sua capacidade de transformar histórias em impacto e de alinhar o jornalismo às mudanças que o mundo precisa de ver.

Este é o momento. Estamos aqui para ajudá-lo a dar o próximo passo. 🌍

🌐 Inicie a sua inscrição através do link para o grupo: chat.whatsapp.com/GqkdmVHGYNT2k2Xx10kfe5

⚠️ Importante:

 Vagas sociais para jornalistas em situação vulnerável: Se estás numa situação económica difícil, podes solicitar uma bolsa de participação. Basta enviar um e-mail para docpt59@gmail.com, explicando a tua situação e pedindo a bolsa. As vagas são limitadas, e esta pode ser a tua última oportunidade de fazer parte deste projeto único. Esta é a tua chance de começar uma carreira como jornalista freelancer internacional, colaborar numa grande reportagem internacional alinhada com as ODS 2030 e aprender a criar impacto com temas globais como as alterações climáticas e os fluxos financeiros sustentáveis. 

Apoia o projeto fazendo uma doação: 🔹Portugal IBAN: PT50001000006137773000176 SWIFT: BBPIPTPL Contacto: 📧 docpt59@gmail.com

sábado, 2 de novembro de 2024

ONU Lança relatório sobre lacuna de emissões 2024 e António Guterres faz apelo urgente por ação climática



NOVA IORQUE (ONU News) – A urgência da crise climática nunca foi tão evidente. Na apresentação do Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2024, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fez um apelo poderoso e direto, sublinhando a ligação fatal entre o aumento das emissões de gases de efeito estufa e a escalada de desastres climáticos pelo mundo.

“Em todo o mundo, as pessoas estão a pagar um preço terrível”, afirmou Guterres, numa mensagem que não deixa margem para dúvidas.

O relatório, um dos principais documentos anuais sobre as emissões globais de carbono, detalha como os níveis recorde de poluição atmosférica estão a intensificar fenómenos climáticos extremos que atingem comunidades e ecossistemas de forma devastadora. Guterres destacou três áreas principais onde a crise climática se manifesta de forma catastrófica:

🔹 Emissões recorde de gases de efeito estufa estão a aquecer os oceanos a níveis inéditos, alimentando furacões e ciclones de força cada vez mais destruidora.

🔸 O calor extremo transforma florestas inteiras em barris de pólvora prontos para incêndios catastróficos, enquanto as cidades enfrentam temperaturas insuportáveis, tornando o ambiente urbano em verdadeiras “saunas”.

🔹 Chuvas intensas e imprevisíveis provocam inundações com dimensões “bíblicas”, devastando comunidades, destruindo infraestruturas e causando perda de vidas humanas.

A mensagem de Guterres chega num momento crítico. Com a COP29 marcada para este mês em Baku, no Azerbaijão, as Nações Unidas veem nesta conferência uma oportunidade vital para que as nações reafirmem – e ampliem – o seu compromisso com a redução de emissões.

A Responsabilidade das Grandes Economias

Para Guterres, o papel das maiores economias do mundo é inegável. Os países do G20, responsáveis por cerca de 80% das emissões globais, “devem assumir a liderança” na luta contra as mudanças climáticas. Sem compromissos firmes dos principais emissores de gases de efeito estufa, as metas de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais tornam-se cada vez mais inalcançáveis.

O secretário-geral apela a que os líderes dos países do G20 se posicionem de forma decisiva e liderem pelo exemplo. “A responsabilidade recai sobre as maiores economias, que têm a capacidade e os recursos para fazer mudanças significativas. O tempo para promessas vagas acabou – precisamos de ações concretas e ambiciosas,” reforça.

Uma Campanha pela #AmbiçãoClimática

A mensagem da ONU é clara: precisamos de uma #AmbiçãoClimática mais forte e eficaz. A campanha global convida cidadãos e ativistas a pressionar as lideranças políticas para que adotem políticas climáticas mais rigorosas e implementem reduções de emissões imediatas.

“Esta é uma luta pelas pessoas e pelo planeta,” afirma Guterres, sublinhando que todos têm um papel a desempenhar na proteção do nosso futuro coletivo. Ele incentivou todos os cidadãos a unirem-se ao apelo por uma ação climática mais ambiciosa, usando a COP29 como uma plataforma para exigir mudanças concretas.

Um Apelo à Esperança e à Ação

O Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2024 é um lembrete alarmante da estreita janela de oportunidade que temos para evitar as piores consequências da crise climática. Mas, como sempre, Guterres termina com uma nota de esperança. “Ainda há tempo, mas a janela está a fechar rapidamente. Cabe-nos a nós garantir que este momento de crise se transforme num ponto de viragem para o bem do nosso planeta e das gerações futuras.”

Com o aumento constante de desastres climáticos, desde furacões devastadores a incêndios incontroláveis e inundações sem precedentes, o relatório é mais do que uma análise científica – é um apelo urgente à ação. O momento de agir é agora, e a COP29 pode ser a nossa última grande oportunidade de reverter este caminho trágico.

A apenas 5 anos da Agenda 2030, líderes mundiais firmam novo "Pacto na Cimeira do Futuro 2024"

 

                        Foto: ONU News

Com apenas cinco anos para cumprir a Agenda 2030, líderes de todo o mundo reuniram-se na Cimeira do Futuro e comprometeram-se com um ambicioso "Pacto para o Futuro". Este pacto marca uma resposta urgente e decisiva aos desafios globais mais críticos e sublinha a necessidade de acelerar as ações para alcançar as metas de desenvolvimento sustentável, numa altura em que o tempo está a esgotar-se.

O Pacto para o Futuro: Um Compromisso Urgente e Abrangente

O Pacto para o Futuro é o acordo mais abrangente das Nações Unidas em décadas, com medidas concretas para enfrentar crises iminentes e modernizar a cooperação internacional. Com este pacto, os líderes procuram assegurar que as instituições internacionais estão preparadas para responder de forma eficaz às complexidades do mundo atual, promovendo um sistema mais inclusivo e justo.

Desenvolvimento Sustentável e Financiamento: Uma Corrida Contra o Tempo para a Agenda 2030

A urgência em cumprir a Agenda 2030 é o centro deste pacto. Os países reafirmaram o compromisso de erradicar a pobreza e a fome, e prometeram esforços redobrados para financiar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com soluções inovadoras e uma mobilização de recursos sem precedentes. Entre as principais medidas estão:

Aumento da ajuda ao desenvolvimento; Mobilização de investimentos do setor privado; Estabelecimento de uma taxa mínima global para grandes fortunas, para garantir que a recuperação e o crescimento sejam sustentáveis.

O pacto sublinha ainda a necessidade de ações imediatas face às alterações climáticas. Com apenas alguns anos para evitar os piores impactos, os líderes comprometeram-se a manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C, a acelerar a transição para energias renováveis e a alcançar a neutralidade carbónica até 2050.

Paz e Segurança Internacional: Diplomacia Urgente para Proteger Vidas

Num mundo cada vez mais instável, o Pacto para o Futuro sublinha a necessidade urgente de intensificar os esforços diplomáticos e promover a resolução pacífica de conflitos. Os líderes comprometeram-se a proteger civis em zonas de guerra e a reforçar a responsabilização por crimes graves. O pacto inclui um compromisso histórico com o desarmamento nuclear, o primeiro em quase 15 anos, destacando a urgência de prevenir o uso de armas de destruição massiva num momento de tensões globais crescentes.

Juventude e Participação Global: Incluir os Jovens para um Futuro Sustentável

O Pacto reconhece que o futuro do planeta depende das novas gerações e apela a uma inclusão imediata e significativa dos jovens nos processos de decisão global. Com apenas cinco anos para alcançar as metas da Agenda 2030, os líderes comprometeram-se a financiar organizações lideradas por jovens e a criar espaços de participação, através do Fundo da ONU para a Juventude, especialmente para jovens de países em desenvolvimento.

Ciência, Tecnologia e Inovação: Colmatar Desigualdades de Acesso com Ação Imediata

Reconhecendo que as desigualdades no acesso à tecnologia e à ciência são um obstáculo ao desenvolvimento sustentável, o Pacto introduz medidas urgentes para aumentar a inclusão e a participação de mulheres e raparigas nestes sectores. Os líderes comprometeram-se a aumentar o financiamento para inovação tecnológica com foco nos ODS, e a reforçar as capacidades da ONU para apoiar os países em desenvolvimento no uso de tecnologia para o progresso sustentável.

Transformação da Governança Internacional: Reformas Essenciais para Um Sistema Justo e Eficaz

O Pacto exige uma reforma urgente e profunda do sistema multilateral, tornando-o mais representativo e preparado para responder aos desafios globais. Entre as reformas planeadas está o aumento da representação dos países em desenvolvimento no Conselho de Segurança da ONU e uma revisão da arquitetura financeira internacional para responder às necessidades dos países mais vulneráveis. Estas reformas são vistas como essenciais para que o sistema internacional possa agir rapidamente e com eficácia.




Pacto Digital Global: Garantir Segurança e Inclusão no Mundo Digital

O Pacto Digital Global, parte integrante deste acordo, é uma resposta urgente aos desafios e perigos do mundo digital. O pacto estabelece compromissos para regular e tornar o espaço digital mais seguro, combater a desinformação e proteger os direitos dos utilizadores. Também define um plano para a governança da inteligência artificial, incluindo a criação de um Painel Científico de IA e a possibilidade de um Fundo Global para capacitação em IA.

Declaração sobre as Gerações Futuras: Salvaguardar o Futuro com Ações Concretas

Pela primeira vez, os líderes mundiais assinaram uma Declaração sobre as Gerações Futuras, sublinhando o compromisso de tomar decisões que protejam o futuro e assegurem condições de vida dignas para as próximas gerações. Esta declaração propõe a criação de mecanismos para garantir que as decisões de hoje têm em conta os impactos de longo prazo, promovendo uma visão de governança que antecipa os riscos e protege os interesses das gerações futuras.

Próximos Passos: O Relógio Está a Contar

O Pacto para o Futuro inclui o compromisso de monitorizar de perto a implementação das suas medidas, com uma revisão global prevista para o início da 83ª sessão da Assembleia Geral da ONU. O relógio está a contar, e os líderes mundiais sabem que os próximos cinco anos serão cruciais para cumprir as metas da Agenda 2030. Este pacto estabelece um caminho claro e concreto para transformar promessas em ações, com o objetivo de construir um futuro onde nenhum país ou geração seja deixado para trás.

Um Chamado à Ação: É Agora ou Nunca

O Pacto para o Futuro representa uma resposta urgente e concreta aos maiores desafios do nosso tempo. A necessidade de ação imediata é clara, só através de um esforço global coordenado poderemos garantir um futuro sustentável, justo e seguro para todos.

O FMI divulgou os resultados da pesquisa de acesso financeiro de 2024



Fonte: FMI

Washington, DC: O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou os resultados da Pesquisa de Acesso Financeiro (FAS) de 2024, marcando o 15o aniversário da FAS. O relatório “FAS: 2024 Highlights”, publicado junto com a divulgação de dados, resume as principais tendências de acesso e uso de serviços financeiros nos últimos anos. Fundada em 2009, a FAS desempenhou um papel crucial no fornecimento de dados essenciais para desenvolver e avaliar políticas de inclusão financeira, um tópico de relevância fundamental para o FMI, pois promove uma participação econômica mais ampla, reduz as desigualdades, promove o crescimento inclusivo e ajuda a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O FAS é o banco de dados anual mais abrangente do lado da oferta sobre inclusão financeira, ostentando cobertura global quase completa. Abrange 192 economias, apresentando 121 séries e 70 indicadores normalizados para comparação global. O conjunto de dados da FAS se estende de 2004 a 2023 e continua a evoluir de acordo com inovações financeiras, como a prestação de serviços financeiros digitais e a crescente demanda por dados desagregados por gênero.

Os Serviços Financeiros Digitais Continuam a Fazer Ganhos

Houve um aumento substancial no uso de serviços financeiros não tradicionais, incluindo serviços bancários móveis e pela Internet, sendo o dinheiro móvel particularmente importante na África Subsaariana. No entanto, o uso de serviços financeiros tradicionais continua sendo essencial em muitas economias. Por exemplo, de 2013 a 2019, as contas de depósito por 100 adultos aumentaram em mais de 40% na Europa emergente e em desenvolvimento e na África Subsaariana. O crescimento dos serviços financeiros digitais também levou a um aumento de pontos de acesso não tradicionais, como agentes de varejo e móveis, enquanto os métodos de acesso tradicionais, como caixas eletrônicos e agências bancárias, tiveram um declínio, especialmente desde a pandemia de COVID-19 (Figura).

As Instituições De Microfinanças Continuaram Apoiando Grupos Economicamente Marginalizados

O financiamento por instituições de microfinanças mostrou resiliência em meio a recentes choques econômicos. Em várias economias, os empréstimos de instituições de microfinanças aumentaram, como indicado pelo crescimento do número de contas e empréstimos pendentes. Enquanto os bancos comerciais geralmente fornecem valores maiores de empréstimo, as instituições de microfinanças atendem a uma base de clientes mais ampla, como evidenciado pelo maior número de contas de empréstimo em comparação com as dos bancos comerciais.

Os desafios na estreitação das lacunas de gênero permanecem

Apesar dos benefícios de incorporar as mulheres ao sistema financeiro, persistem lacunas substanciais de gênero no uso de serviços financeiros. Essas lacunas são particularmente evidentes no uso de contas de depósito e empréstimo. Globalmente, os valores de depósito pendentes das mulheres como porcentagem dos homens são de 64%, enquanto seus saldos de empréstimos pendentes representam apenas 46% dos homens. Em termos de diferenças regionais, as economias avançadas demonstram uma inclusão financeira mais igualitária de gênero em comparação com as economias emergentes. Entre os últimos, a Europa emergente e em desenvolvimento, a América Latina e o Caribe mostram uma igualdade de gênero relativamente maior.

Empréstimos a PMEs Recusados

Dados da FAS indicam uma diminuição nos valores pendentes de empréstimos para PME de 2021 a 2023 na maioria das economias que relataram essas informações. Embora várias políticas de apoio tenham sido introduzidas durante a pandemia de COVID-19, desenvolvimentos subsequentes, incluindo condições financeiras mais rígidas e tensões geopolíticas, podem ter contribuído para o declínio dos empréstimos às PME.

Melhorias adicionais no FAS estão sendo testadas

Para garantir que os dados do FAS permaneçam vitais para informar a política de inclusão financeira, um exercício piloto está em andamento para avaliar o potencial de aprimorar o FAS. Isso inclui a incorporação de desagregação adicional de gênero, informações sobre novos serviços de fintech e fatores importantes, como preços e riscos de empréstimos, especialmente para populações carentes.

Fonte: FMI




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