NOVA IORQUE (ONU News) – A urgência da crise climática nunca foi tão evidente. Na apresentação do Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2024, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fez um apelo poderoso e direto, sublinhando a ligação fatal entre o aumento das emissões de gases de efeito estufa e a escalada de desastres climáticos pelo mundo.
“Em todo o mundo, as pessoas estão a pagar um preço terrível”, afirmou Guterres, numa mensagem que não deixa margem para dúvidas.
O relatório, um dos principais documentos anuais sobre as emissões globais de carbono, detalha como os níveis recorde de poluição atmosférica estão a intensificar fenómenos climáticos extremos que atingem comunidades e ecossistemas de forma devastadora. Guterres destacou três áreas principais onde a crise climática se manifesta de forma catastrófica:
🔹 Emissões recorde de gases de efeito estufa estão a aquecer os oceanos a níveis inéditos, alimentando furacões e ciclones de força cada vez mais destruidora.
🔸 O calor extremo transforma florestas inteiras em barris de pólvora prontos para incêndios catastróficos, enquanto as cidades enfrentam temperaturas insuportáveis, tornando o ambiente urbano em verdadeiras “saunas”.
🔹 Chuvas intensas e imprevisíveis provocam inundações com dimensões “bíblicas”, devastando comunidades, destruindo infraestruturas e causando perda de vidas humanas.
A mensagem de Guterres chega num momento crítico. Com a COP29 marcada para este mês em Baku, no Azerbaijão, as Nações Unidas veem nesta conferência uma oportunidade vital para que as nações reafirmem – e ampliem – o seu compromisso com a redução de emissões.
A Responsabilidade das Grandes Economias
Para Guterres, o papel das maiores economias do mundo é inegável. Os países do G20, responsáveis por cerca de 80% das emissões globais, “devem assumir a liderança” na luta contra as mudanças climáticas. Sem compromissos firmes dos principais emissores de gases de efeito estufa, as metas de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais tornam-se cada vez mais inalcançáveis.
O secretário-geral apela a que os líderes dos países do G20 se posicionem de forma decisiva e liderem pelo exemplo. “A responsabilidade recai sobre as maiores economias, que têm a capacidade e os recursos para fazer mudanças significativas. O tempo para promessas vagas acabou – precisamos de ações concretas e ambiciosas,” reforça.
Uma Campanha pela #AmbiçãoClimática
A mensagem da ONU é clara: precisamos de uma #AmbiçãoClimática mais forte e eficaz. A campanha global convida cidadãos e ativistas a pressionar as lideranças políticas para que adotem políticas climáticas mais rigorosas e implementem reduções de emissões imediatas.
“Esta é uma luta pelas pessoas e pelo planeta,” afirma Guterres, sublinhando que todos têm um papel a desempenhar na proteção do nosso futuro coletivo. Ele incentivou todos os cidadãos a unirem-se ao apelo por uma ação climática mais ambiciosa, usando a COP29 como uma plataforma para exigir mudanças concretas.
Um Apelo à Esperança e à Ação
O Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2024 é um lembrete alarmante da estreita janela de oportunidade que temos para evitar as piores consequências da crise climática. Mas, como sempre, Guterres termina com uma nota de esperança. “Ainda há tempo, mas a janela está a fechar rapidamente. Cabe-nos a nós garantir que este momento de crise se transforme num ponto de viragem para o bem do nosso planeta e das gerações futuras.”
Com o aumento constante de desastres climáticos, desde furacões devastadores a incêndios incontroláveis e inundações sem precedentes, o relatório é mais do que uma análise científica – é um apelo urgente à ação. O momento de agir é agora, e a COP29 pode ser a nossa última grande oportunidade de reverter este caminho trágico.
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