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segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Angola: Poderá algum dia revitalizar a Indústria do Café?

A consultora Equinox considera que se forem adotadas políticas comprovadamente exequíveis, Angola poderá ver o resultado e a recuperação do sector cafeeiro já nos próximos cinco anos.




Conforme anunciei, hoje vou apresentar-lhe as conclusões do estudo sobre a indústria do café em Angola e o posicionamento desta comoditie em África.

De acordo com o relatório apresentado pela consultora equinox encomendado pelo Banco de Desenvolvimento de Angola, o café é a segunda mercadoria mais comercializada no mundo. 
Em média são consumidas em todo o mundo 2,25 milhões de chávenas de café por ano. 
O café é uma indústria que movimenta cerca de  US $ 200 mil milhões e envolve cerca de 125 milhões de pessoas.

Antes de avançarmos para Angola, deixe-me situar-lhe sobre o estado actual da indústria do café em África.

No top 10 dos países produtores e exportadores de café em 2018 está em primeiro lugar o Brasil, Vietname, Colômbia, Indonésia, Etiópia, Honduras, Índia, Uganda, México e Guatemala respectivamente.

Apesar do café ter sido descoberto em África na Etiópia, o continente fornece só 10% do volume global de café. Os estudos indicam que é claramente uma comódite que pode viabilizar um desenvolvimento sustentável em África.

Olhemos agora para Angola:

Situada na costa sudoeste da África, Angola é o quarto maior país de África (1,2 milhão de km2) e pode vir a beneficiar de recursos naturais consideráveis: Estamos a falar do sector - agrícola (mandioca, milho, café), da mineração (diamantes) e petróleo. As terras são férteis e abundantes para uma população de cerca de quinze milhões de habitantes. Devido a três décadas de guerra consecutivas, e outros factores sociais  e políticos, ainda se encontra por explorar todo um  potencial de crescimento e desenvolvimento

 Produção de café em Angola

 Onze das dezoito províncias de Angola produzem dois tipos  de café, que são o Robusta e Arábica. O Robusta é produzido, predominantemente, nas províncias de Kuanza Sul, Uíge, Kuanza Norte, Bengo, Malanje, Zaire e Cabinda e o café Arábica é produzido nas províncias de Bié, Huambo e Benguela, e muito recentemente na Huíla.

De acordo com as estatísticas da Organização Internacional do Café  a produção média anual na década de 1960 em Angola, foi de 198.319 toneladas
No início da década de 70 (1970/71 - 1975/76), ou seja, antes da independência em 1975, a produção média anual ainda ascendia a 192,240 toneladas. ~

Neste período, Angola foi o segundo maior produtor em África depois da Costa do Marfim. A produção de Angola atingiu o pico com 241.860 toneladas em 1972/73 e, na altura foi a primeira a superar a Costa do Marfim em África.

Estudos mostram que o decréscimo da produção e atraso na recuperação podem ser atribuídos a vários factores, incluindo políticos e socioeconómicos.



Soluções – Referências Internacionais

Segundo a análise disponibilizada pela consultora Indiana Equinox, na concepção de uma intervenção eficaz para a indústria do café em Angola, será necessário estudar  o as políticas dos principais países produtores de café em todo o mundo e fazer uma comparação com a indústria do café em Angola olhando especificamente para os  seguintes factores:

  • ·        Produção e produtividade
  • ·        Consumo doméstico e exportação
  • ·        Respectiva percentagem
  • ·        Qualidade do perfil
  • ·        Tecnologia  Branding
  • ·        Sustentabilidade e certificação
  • ·        Políticas


O mesmo estudo indentificou  algumas práticas recomendadas pelos principais países produtores de café que podem ser adoptadas em Angola, por exemplo:

1.     No Brasil as taxas de juro baixas, classificação de qualidade e selo de pureza, campanha nos meios de comunicação para promover o consumo doméstico e centros de formação de café;
2.     Na Colômbia que aliás é  líder no segmento de cafés especiais, eles possuem uma replantação extensa, e escritórios nos principais países importadores de café;
3.     No Vietname  houve um aumento na  produtividade, a promoção da replantação e apoio às taxas de juro;
4.     Na Índia  eles possuem uma Classificação do café, centros de formação para agricultores e turismo centrado no café.

A consultora Equinox considera que assim que forem reunidos  dados suficientes sobre a indústria do café em Angola é possível fazer comparações que vão ajudar na elaboração de um roteiro, que será fundamental para a recuperação do sector. 

 Medidas sugeridas para Concepção de uma estratégia nacional de desenvolvimento do sector cafeeiro

1. Promoção de Organizações de Produtores de Agricultores (FPOs) para permitir a subida dos agricultores na cadeia de valor, com base numa interação do sistema do Kibutz de Israel, denominado Moshavim Shitufiim

 2. Criação de um banco (ou fundo) governamental com equipamentos agrícolas que os agricultores possam alugar e utilizar, sem investimento (capex)

3. Criação e implementação de programas de desenvolvimento para agricultores, tal como o GAP & IPM, para optimizar a produção

4. Adaptação de técnicas agrícolas integradas para mitigar riscos

 5. Implementação de opções eficientes de adaptação às alterações climáticas como forma de protecção contra imprevistos meteorológicos e fenómenos como o aquecimento global

 6. Adopção de soluções digitais em toda a cadeia de valor do café, para uma divulgação eficiente da informação

7. Criação de infra-estruturas ao nível da exploração para uniformização da qualidade e premiunização, como pátios de secagem, secadores mecânicos e moagem por via seca 

8. Optimização do preço, criando uma agência como a antiga Indian Coffee Board ou a Columbian Coffee Growers Federation para garantir rendimentos proporcionais à quantidade e qualidade do café produzido´

 9. Implementação de uma estrutura de marketing viável para maximizar os rendimentos;

10. Promoção do consumo nacional de café

11. Branding e criação de visibilidade para cafés especiais no mercado internacional.

A consultora Equinox considera que se forem adotadas políticas comprovadamente exequíveis, Angola poderá ver o resultado e a recuperação do sector cafeeiro já nos próximos cinco anos.


terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Uganda-Rwanda peace talks: A public humiliation



 Gatete Nyiringabo Ruhumuliza 
Adic Human Rights Lawyer, blogger Senior Advocacy Expert, Senior Researcher

 Article by:  Gatete Nyiringabo Ruhumuliza - Rwanda


Congolese sensation Koffi Olomide once sung: ‘Lokuta eyaka na ascenseur, vérité eye na éscalier pe ekomi’. (The lie comes in an elevator but the truth takes the stairs and reaches its destination). 
Attending with three senior ministers; Learned-Friend Busingye Johnston, Professor Shyaka Anasthase and General Patrick Nyamvumba, for another set of preposterous Uganda-Rwanda peace talks, the Rwandan delegation wrong-footed their counterparts by appointing the young Secretary of State as head of Delegation.
Minister Olivier Nduhungirehe is young, witty and brilliant; an amateur of Rwanda’s ‘Rugondihene’, an ancestral martial art of intellectual jujitsu, which consists of toying with an opponent then tackling them to their own demise – preferably around some ‘Inkangaza’ a fine cognac distilled in banana and honey of which only Rwandans have the secret.
The aging Ugandan delegation made the deadly mistake of taking him for a rookie. To prep before the meeting, they should have viewed You-tube videos of younger Nduhungirehe in New York, when Rwanda briefly chaired the UN Security Council; the brother was ‘floating like a butterfly and stinging like a bee’. To stay in the boxing analogy, none of the Ugandans in the room can box in Nduhungirehe’s weight category. The young Secretary of State could have handled the room on his own, as his seniors quicked back to watch the slaughter with entertainment.
In the room too was General Patrick Nyamvumba: Uganda’s nightmare! He was seated facing traumatized Ugandan Army men, probably still on PTSD medication for the defeats suffered on the Kisangani battlefield. Their commanders, Kahinda Otafire and late Kazini were even taken hostage by forces commanded by the Rwandan general, then released to Uganda on humanitarian grounds. Afande Nyamvumba was in the room only to remind Ugandans that peace with Rwanda was in fact in their best interests.
As Hawthorn once said: ‘No one can hold a face to oneself and another to the multitude without ultimately getting bewildered as to which one is true.’ As I always tell my clients when they ask if we’ll win a court case: ‘Are we telling the truth? If the answer is yes, then we have nothing to fear’.  While the young Secretary of State was good, he was merely telling the truth, which bears its own witness and left no room to Ugandans to spin.
While politics and diplomacy are supposed to be noble professions to foster society and friendship, Ugandans have perverted them into art of deception. Their ruling class lives in an alternative reality, releasing daily lies in small doses to the people and all laughing about it, with nothing but contempt for the Ugandan people they lead. The people do not trust them, they do not trust the people and both sides are locked in a state of mutual sophistry, counting days for when they will leave power and set them free.
Being their neighbors and natural counterparts we Rwandans are subjected to the same frustrating treatment. You can’t agree with a Ugandan politician to do something and expect it done the next day. But as the Kinyarwanda saying goes; ‘Uwububa abonwan’uhagaze’ or in English: ‘days of a thief are numbered’: This time we brought Congolese and Angolans to be in the Room.
When the crisis started Rwanda chose to put an embargo on Ugandan goods. 
  • ‘Rwandans will starve to death. All the food they eat comes from Uganda. ’ -Ugandans said.
This statement is only possible in Uganda. When someone has money, they eat in the restaurant of their choice and there are 194 countries to order from. But Ugandan politicians made their people believe – or not – that somehow Rwandans eat only one dish. Six months into the embargo and Uganda was applying for a quick loan from the IMF to placate the financial impact of the Rwandan blockade. At the same time, Rwanda was paying multiple million Euros to the French football team Paris Saint Germain to brand their female team and stadium ‘Parc des princes’ with the now global brand: ‘Visit Rwanda’ – as the Rwandan saying goes: ‘Uwapfuye yarihuse…’ (may we live interesting times)
And indeed after the unsuccessful meeting, Ugandans wanted to dish out another lie; a joint communiqué pretending that all went well. Minister Nduhungirehe was amazed: 
  • I cannot lie to the Rwandan people, he told them. Do your own Communiqué, in Luganda if you wish. I will do mine and tell the truth that we have not reached an agreement: That you have failed to give us guarantees that you will get rid of anti-Rwanda militia organizing in your country; 
  • you have failed to guarantee that you will set free thousands of innocent Rwandans that you have been detaining without charges;
  • You have failed to promise that you will stop torturing Rwandan people traveling and living in Uganda.
Congolese are used to arresting FDLR terrorists en-route from meeting Ugandan leaders to plot attacks on Rwanda. Their army (FRDC) frequently kills or arrests operatives trained and armed by Uganda. Angolans, having chaired the first summit on Rwanda and Uganda are being introduced to their duplicity. In other words, Uganda was on its own in the meeting, cornered, shocked on home turf. Its typically half-asleep delegation were occasionally mumbling unconvincing platitudes, en face were young, awake and honest technocrats who took synchronized turns to articulate matters pertaining to their respective dockets, using international law, regional integration commitments and diplomacy. mediators were left in reverence. To quote Jamaican prophet: ‘You can fool some people some time, but you can’t fool all the people all the time’ –Get Up, Stand Up.
Exhausted, the Angolan Minister of Foreign Affairs shared with Ugandans the story of warlord Jonas Savimbi and his defunct militia UNITA, referring to Kayumba Nyamwasa and his RNC. He said Savimbi had a rear base in Zaire, being harbored by late Zairian president Mobutu. But after Mobutu was toppled – by Rwandans, Savimbi and his UNITA didn’t last long. ‘We have had seventeen years of peace since’ – he said, and to conclude with a warning to Ugandans: ‘If you do not want to solve a small problem of Kayumba Nyamwasa, you might end up dealing with a much bigger problem.’
Next time Ugandans should not accept for witnesses to be in the room as they are being intellectually humiliated. 
Gatete Nyiringabo Ruhumuliza is an attorney, lobbyist and an independent political analyst based in Kigali, Rwanda. He is partner at Gatete Views Legal and blogs on www.gateteviews.rw.

domingo, 10 de novembro de 2019

Se os países africanos continuarem em suas trajetórias políticas, 530 milhões de africanos ainda não terão eletricidade em 2030

"Apesar de possuir o maior potencial solar do mundo, a África possui apenas 5 gigawatts de energia solar fotovoltaica (PV), ou menos de 1% da capacidade instalada global, afirma o relatório da AIE
Por: Reuters Os países africanos precisarão quadruplicar sua taxa de investimento em seus setores de energia nas próximas duas décadas para levar eletricidade confiável a todos os africanos, disse um estudo da Agência Internacional de Energia ( AIE ) publicado na sexta-feira. De acordo com o último relatório da AIE, se os países africanos continuarem em suas trajetórias políticas, 530 milhões de africanos ainda não terão eletricidade em 2030, o relatório da AIE . Diz ainda que levar eletricidade confiável a todos os africanos exigiria investimento anual de cerca de US $ 120 bilhões. "Estamos falando de 2,5% do PIB que deve ser destinado ao setor de energia", disse Laura Cozzi, chefe de modelagem de energia da AIE, a jornalistas antes do lançamento do relatório. “A Índia fez isso nos últimos 20 anos. A China fez isso. Então é algo que é factível. ” Aproveitar os avanços tecnológicos e otimizar os recursos naturais pode ajudar a economia da África a crescer quatro vezes até 2040 e exigir apenas 50% a mais de energia, disse a agência. Atualmente, a população da África cresce mais que o dobro da taxa média global. Em 2040, será o lar de mais de 2 bilhões de pessoas. Prevê-se que suas cidades se expandam em 580 milhões de pessoas, um ritmo historicamente sem precedentes de urbanização. Embora esse crescimento leve à expansão econômica, ele pressionará os setores de energia que já falharam em atender à demanda. Quase metade dos africanos - cerca de 600 milhões de pessoas - não tem acesso à eletricidade. No ano passado, a África representava quase 70% da população global sem energia, uma proporção que quase dobrou desde 2000, segundo a AIE . Cerca de 80% das empresas na África Subsaariana sofreram frequentes interrupções de energia em 2018, levando a perdas financeiras que restringiram o crescimento econômico. A AIE recomendou mudar a forma como a energia é distribuída, com mini-redes e sistemas independentes, como a energia solar doméstica, desempenhando um papel maior na complementação de redes tradicionais. De acordo com o diretor executivo da AIE , Fatih Birol, com as políticas governamentais certas e estratégias de energia, a África tem a oportunidade de seguir um caminho de desenvolvimento menos intensivo em carbono do que outras regiões. "Para conseguir isso, é preciso aproveitar o enorme potencial que a energia solar, eólica, hidrelétrica, gás natural e eficiência energética oferecem", disse ele. Apesar de possuir o maior potencial solar do mundo, a África possui apenas 5 gigawatts de energia solar fotovoltaica (PV), ou menos de 1% da capacidade instalada global, afirma o relatório. A África também foi responsável por 41% de todo o gás natural descoberto nos últimos sete anos. O gás natural poderia fornecer energia confiável e impulsionar o crescimento industrial, mas o desenvolvimento da infraestrutura necessária deve ser apoiado por políticas públicas fortes Mesmo expandindo a produção de energia para atender às demandas de sua população em expansão, a AIE diz que a África deve permanecer apenas um produtor relativamente menor de dióxido de carbono que causa o aquecimento global. Embora agora represente cerca de 2% das emissões globais de carbono, essa proporção só aumentará para 3% até 2040, projetou o estudo. Fonte: Reuters

sábado, 18 de maio de 2019

Quando se tem demasiada consciência.

Foto by: Sofia Ramos

Quando se tem demasiada consciência.

...tem-se real noção do que realmente importa... obviamente que tu irás pensar que o que importa para mim, poderá não ser o mesmo que importa para ti...

Mas aí está, quando as circunstâncias da vida te fazem mais consciente, deixa de ser uma questão de relatividade, o certo e errado, o bom e mau, o claro e escuro, o céu e o dia...e as nossas escolhas rondam em torno disso!

Deixo de ambicionar um palácio para viver...e quero apenas quatro paredes brancas...e um tecto branco de preferência.

...eventualmente pedirei a minha amiga Indi Mateta que me coloque lá, ou ajude a fazer uma mandala na minha parede...mas só. Preciso de espaço com menos...

Ontem ambicionei o reconhecimento, hoje eu quero poder doar me.

Galgar este mundo,  doar o meu conhecimento aos meus irmãos espalhados por todo mundo... e aprender com eles, quem sabe em troca eu não ganhe um sorriso, e na maior das hipóteses quem sabe esse sorriso venha com um abraço...

...abraçar a causa do meu continente! Sei que pode parecer utopia, mas não custa nada sonhar que um dia todos os filhos de África  se ligarão em prol do nosso berço, pelos nossos filhos...

Que sejamos nós a idealizar as soluções para as nossas makas...e paremos de importar soluções pré fabricadas, que nunca nos assentam como deveriam!

Não precisamos de milhões para isso, o nosso capital humano chega e sobra!

...quando se tem demasiada consciência, o foco é o agora! O ar que respiro, o sol, o observar para além do que está a vista, o desfrutar do silêncio, o desligar o feed do dia a dia...os sorrisos que criamos nos outros, o calor humano que partilhamos, o bom dia a um perfeito estranho...

Sinto-me hoje demasiado consciente! E com uma certeza de que não preciso preocupar me hoje com o amanhã...porque ele chegará de qualquer jeito, e nessa altura eu vou saber gerir...mas vou fazê-lo no presente, também sem interferências nem do passado, nem do futuro...

Só quero o meu presente! e em cada minuto sendo mais  e tendo menos...
By: Neusa e Silva

quarta-feira, 17 de abril de 2019

A Nexi, a maior cotação da Europa neste ano começou a ser negociada


Fonte: B.I USA

As ações da Nexi, maior grupo de serviços de pagamento da Itália, começaram a ser negociadas na terça-feira.

A Nexi arrecadou pouco mais de € 2 bilhões (R $ 31 bilhões) e garantiu uma valorização de mercado de cerca de € 5,7 bilhões quando listou na semana passada, marcando o maior IPO da Europa até agora este ano.

A estreia pública do grupo sediado em Milão segue outras duas grandes listagens do setor no ano passado, nomeadamente a Network International e Adyen NV.
O grupo sediado em Milão - que emite cartões de crédito, administra caixas eletrônicos e fornece soluções digitais - cotou suas ações a € 9, dando-lhe um valor de € 7,3 bilhões (R $ 115 bilhões), incluindo dívidas, segundo a Bloomberg . Ela levantou capital de € 700 milhões (R $ 11 bilhões), que se destinou a pagar sua dívida de € 1,7 bilhão (R ​​$ 26 bilhões).


A Nexi tem parcerias com cerca de 150 bancos italianos e detém uma participação de mercado de 60% na emissão de cartões, segundo a Bloomberg.

sexta-feira, 1 de março de 2019

A Formiga e o senhor Marimbondo : (Adaptação livre de “A parábola da formiga desmotivada” por Octaviano Correia)





A Formiga era sempre a primeira a chegar à empresa e, de imediato, iniciava o trabalho. Era produtiva e feliz e todos apreciavam a sua boa disposição, sempre cantarolando baixinho enquanto

 trabalhava.
O gerente da empresa, o senhor Marimbondo, começou a pensar que, se a Formiga era tão produtiva sem uma supervisão adequada, seria ainda mais se fosse supervisionada. E contratou a Barata, cunhada da sua segunda esposa, uma experimentada supervisora, conhecida por elaborar belíssimos relatórios.


A primeira preocupação da Barata foi a de padronizar o horário de entrada e saída da Formiga e logo mostrou a necessidade de se contratar uma secretária para ajudar a organizar os relatórios e recomendou, para tal, a Aranha, prima afastada do marido, especializada, ainda, em organizar os arquivos e controlar as ligações telefónicas.
O senhor Marimbondo, de imediato, ficou encantado com os relatórios da Barata e não tardou em pedir-lhe, também, a elaboração de gráficos com indicadores e análises das tendências que eram aprovadas nas reuniões.


Para isso a Barata contratou uma Mosca, solicitou a aquisição de um computador e uma impressora topo de gama com telefone, telex, entrada USB e ligação WI-FI.
A Formiga produtiva e feliz, começou, aos poucos, a lamentar-se de toda aquela movimentação de reuniões, de papéis, de impressões, notas, actas, gráficos para análise e relatórios que, diariamente, lhe caiam sobre a secretária.


O senhor Marimbondo concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a Formiga trabalhava. O cargo foi dado à Cigarra, por sugestão da Barata de quem era amiga há muito, formada em gestão de empresas numa conceituada Universidade dos EUA, que mandou colocar uma carpete no seu escritório e comprar uma cadeira especial, ergonómica, com quatro posições ajustáveis, um computador portátil com alta capacidade e velocidade máxima de processamento, alto volume de transacções, grande capacidade de armazenamento de informações, sofisticação do software e solicitou, como adjunta, a Pulga, sua assistente na empresa anterior, para ajudá-la a preparar um plano estratégico de melhorias no funcionamento da empresa e um controle do orçamento para a área onde trabalhava a Formiga que já tinha deixado de cantarolar baixinho enquanto trabalhava e, a cada dia, se mostrava mais aborrecida, cansada e menos produtiva e a unidade, na qual a trabalhava, já não rendia como dantes.

Foi então que a Cigarra propôs, ao gerente, senhor Marimbondo, a necessidade de uma pesquisa de mercado, a aquisição de material adequado para a sua execução e a contratação de uma consultora, que fizesse um diagnóstico da situação da empresa, incumbência para o qual se contrataram os serviços de consultoria da “Coruja Add Solutions”.

Passados três meses, após a realização de dezenas de reuniões, entrevistas, inquéritos e reuniões com os trabalhadores, levados a cabo pelos dois assessores da equipa, a “Coruja Add Solutions” apresentou um denso relatório, de vários volumes, com a conclusão final: “Há necessidade urgente de uma redução de pessoal”.
A Coruja, e duas conselheiras de reconhecidos méritos, permaneceu três meses na empresa ao fim dos quais, após entrevistas, inquéritos e reuniões com os trabalhadores, emitiu um denso relatório, com vários volumes, com a conclusão final: “Há necessidade urgente de uma redução de pessoal”.
Serão capazes de adivinhar quem o senhor Marimbondo começou por demitir?

(Adaptação livre de “
A parábola da formiga desmotivada” por Octaviano Correia)



OCTAVIANO (Guedes ) CORREIA nasceu no Lubango (ex-Sá da Bandeira), Angola, (1940) onde fez os seus estudos liceais no então Liceu Diogo Cão.
- Iniciou-se nas lides literárias como redactor e responsável da revista Padrão, do referido Liceu e colaborando em páginas literárias de vários jornais angolanos e como realizador do programa para crianças, "Parque Infantil" do Rádio Clube da Huíla para o qual produziu contos e teatro radiofónico (1967/1973) e onde foi realizador do programa “Aqui Lubango”.




segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Opinião: Poderá o executivo Angolano alcançar a meta de Privatização de mais de 70 empresas públicas via Bolsa?




O  Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou um financiamento, com um período de carência de  três anos num valor de cerca de US $ 3,7 bilhões ou 361% da cota de Angola) para apoiar o programa de reforma econômica de Angola.

Espera-se que o referido  programa ajude  Angola a restaurar a sustentabilidade externa e fiscal bem como  lançar as bases para uma diversificação económica sustentável liderada pelo sector privado.

A este respeito, o sequenciamento das reformas e a implementação de medidas de compensação serão importantes. ( devo dizer que é expectável que haja alguma dificuldade, pela constante mudança dos executores e o não sequenciamento das ações iniciadas pelos seu antecessores embora haja já um maior acompanhamento por parte do executivo aquando da implementação de novas medidas) o fortalecimento da gestão financeira pública deverá melhorar a alocação de recursos públicos escassos e fortalecerá a formulação e implementação de políticas, diz o referido relatório.

 De acordo com o FMI é expectável que a  depreciação cambial e o comprometimento com uma bolsa de valores possam ajudar a alavancar a economia nacional.

Ora se considerarmos que o executivo bem no início de funções apontou a Bolsa de Dívida e Valores de Angola, como um dos principais meios para revitalizar (financiar/privatizar) algumas empresas públicas e assim diminuir o seu “fardo” orçamental,  e sendo está também uma das exigências do FMI, a operacionalização da Bolsa de Valores, os mais desatentos poderiam facilmente pensar que com a estreia  no mercado de títulos privados do Standard Bank Angola naquela plataforma, ao emitir a primeira  parcela de obrigações,  no valor de  4,7 mil milhões de kwanzas (15 milhões de dólares)  estivéssemos muito próximo de alcançar tal objectivo.

O que na minha opinião não corresponde  propriamente a um passo nessa direcção, a não ser pelo facto da  Bodiva puder estrear um segmento dos seus vários serviços no sector privado, que até ao momento só era beneficiado pelo sector público.

Sendo o Grupo Standard Bank, sedeado em Joanesburgo (África do Sul),  o maior banco africano em termos de activos com uma presença única em 20 países africanos. Está cotado na bolsa de valores  sul-africana ( JSE) acumula uma experiência de 153 anos na África do Sul, tendo iniciado a sua internacionalização, através do estabelecimento de agências fora deste país, no início dos anos 90. E tendo como o maior acionista nada mais nada menos que o   Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), o maior banco do mundo, com uma participação de 20.1 %. Logo, com este  historial e participações em vários mercados, está portanto a altura de cumprir com todo um exigente reporte financeiro que o processo exige.

Ao contrário das setenta e quatro empresas do sector empresarial público, que foram selecionadas pelo executivo para serem privatizadas,  maioritariamente do sector industrial, incluindo as empresas do universo Sonangol.
Para escrever este artigo fui consultar a análise e avaliação dos documentos de prestação de contas das empresas do sector empresarial público exercício 2016 disponibilizado em 2017

O referido relatório dá conta de que no universo do sector empresarial público angolano existem pelo menos noventa e duas empresas, sessenta e quatro delas pertencentes  ao sector empresarial público, onze empresas de domínio público, trés Golden Share e catorze participações minoritárias. 

Destas noventa e duas empresas apena setenta e cinco encontravam-se na altura operacionais ( 16% em fase de arranque, 5% em fase de desenvolvimento, 31% apresentavam actividade residual e 48% activas) o que reduz a margem para privatizações a apenas trinta e seis empresas correspondentes a 48% em actividade.

Destas trinta e seis, apenas onze tiveram as suas contas homologadas sem reservas e na minha opinião estás onze poderiam vir a ser  base para as futuras privatizações em bolsa se tivermos em conta o alto nível de exigência de reporte financeiro que o processo exige.

Estou a falar de empresas como o Entreposto aduaneiro de Angola, a Angop, a Imprensa Nacional, o Grupo Ensa, a Taag, a Unicargas, a Empresa Portuária de Luanda, de Lobito e do Porto Amboim, bem como os caminhos de ferro de Luanda.

Todas as outras empresas, caso venham a ser realmente privatizadas acredito que terão de passar por algum outro processo que algumas outras empresas públicas já tiveram sido submetidas, uma vez que não será a primeira vez que o Estado privatiza algumas empresas, sem qualquer recurso a Bolsa de Divida e Valores de Angola, com sucesso.

Quando conseguirmos efectivar a privatização de alguma empresa do sector público via bolsa, aí sim penso que estaremos diante de um marco histórico no crescimento da economia Angolana e a caminho de uma diversificação económica sustentável liderada pelo sector privado

Mais sobre a Operação:

Bolsa da Dívida e Valores de Angola (BODIVA) estreou-se no mercado de títulos privados ao admitir o Standard Bank Angola naquela plataforma, com a primeira parcela de uma emissão de obrigações,  no valor de  4,7 mil milhões de kwanzas (15 milhões de dólares)

Tratou-se de uma oferta em mercado primário a taxa de  17% a.a., uma maturidade de trés anos, vencendo-se no dia 11.12.2021. De acordo com informação disponibilizada pela Bodiva os atuais detentores das obrigações poderão vender as obrigações a qualquer investidor que os pretenda adquirir, desde que não sejam investidores não residentes. Sendo investidores não residentes, só poderão vender a favor de um outro investidor não residente, conforme disposto no n.º2 do artigo n.º3, do Aviso N.01/2017, do Banco Nacional de Angola.

De acordo com estabelecido e segundo a Bodiva, os investidores não residentes poderão adquirir estas obrigações através da transmissão da sua intenção de compra a um dos membros BODIVA, o qual irá inserir a ordem de compra no Mercado de Bolsa de Títulos do Tesouro, através do sistema de negociação da Bolsa de Divida e Valores de Angola (“BODIVA”). Havendo interesse por parte de algum actual detentor em vender as obrigações, a um preço igual ou inferior ao da ordem, o negócio será automaticamente efetuado pelo sistema de negociação.






quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Enquanto a China e os EUA lutam entre si, a economia da Índia apresenta o maior crescimento económico de todo mundo!


O Produto Interno Bruto (PIB) da Índia cresceu 8,2% ano a ano no último trimestre, segundo dados do governo, ante 7,7% nos três primeiros meses de 2018. Os analistas previam um crescimento de 7,6%.


A Índia é a economia que mais cresce no mundo e se expande mais rapidamente que a China, que registrou um crescimento econômico de 6,7% no segundo trimestre.


A disputa comercial entre China e Estados Unidos em 2018 começou depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a 22 de março de 2018 a intenção de impor tarifas de US$ 50 bilhões a produtos chineses, baseando-se na Lei de Comércio de 1974 e citando um histórico chinês de "práticas comerciais desleais" e roubo de propriedade intelectual.


Resumo dos Mercados em 2018: Quer abrir o ano em grande? As ações da África do Sul negoceiam em baixa! Aproveite







Guerras comerciais, selloffs, instabilidade política e quedas do petróleo marcaram o ano findo. 
Alguns analistas acreditam que o desempenho dos mercados no primeiro mês, determina o comportamento do mesmo ao longo do ano.
Em 2018 após dois selloffs e depois de lançada a dúvida que o rally acionista poderia ter chegado ao fim, este prognóstico não podia estar mais  errado.


Já em  Wall Street  há duas máximas relacionadas com janeiro. A primeira diz que os primeiros cincos dias do ano vão determinar todo o mês, enquanto a segunda afirma que a variação do mês de janeiro vai ditar o rumo de todo o ano.
 As duas máximas estiveram erradas em 2018. Os primeiros cinco dias do ano nas bolsas não foram todos no verde e o mês acabou por ser de fortes ganhos: o índice pan-europeu Stoxx 600 disparou 6,28%, enquanto o português PSI-20 valorizou 5,11%. Nos EUA, S&P 500 avançou 5,62%, as ações da África do Sul perderam mais de 11% e o principal índice Chinés foi o que mais desvalorizou e todo mundo  perdendo 27% 
Mas afinal o que terá acontecido?

Um janeiro tão generoso  poderia  significar para os investidores em  2018  um ano de sonho, certo? Errado!
 O impulso de início de ano dado pela reforma fiscal de Donald Trump às bolsas dos EUA perderam  força e a guerra comercial foi ganhando peso. Na Europa, além do efeito contágio, a instabilidade política também penalizou o desempenho das mesmas. Em dezembro, o Stoxx 600 e o PSI-20 entraram em bear market (com uma desvalorização superior a 20% face ao último máximo) e o S&P 500 andou a namorar o mesmo marco. Ao contrário do primeiro mês do ano, o acumulado em Dezembro ficou no  no vermelho para todas as bolsas. 
Normamlmente dezembro é o mês em que os investidores recebem um presente no sapatinho. O fecho de contas, considerações fiscais, mudanças nos investimentos para preparar o ano seguinte e até mesmo (na opinião de alguns) a alegria e otimismo com a quadra festiva, levam a valorizações  das acções no período entre o Natal e o Ano Novo. É o chamado rally do Pai Natal.
No último ano não só não chegou, como dezembro destronou setembro como o pior mês do ano e foi nos EUA que mais se notou.
Com uma guerra comercial como pano de fundo, as perspetivas de desaceleração do crescimento económico global associado à política monetária da Reserva Federal dos EUA e ao tombo no preço do petróleo desde outubro penalizaram as bolsas. 
Já os  investidores sul-africanos tiveram igualmente um ano negro uma vez que um total de  quarenta companhias listadas na  JSE caíram em média 13%
Na bolsa Sul Africana o único índice que registou um bom  desempenho ao longo do ano foram os estoques de mineração registando um aumento de 2% na última semana do ano,  quase 65% das ações estão agora em um mercado de baixa, o que significa que elas caíram mais de 20%.


De acordo com o analista Santangelo  falando ao site Bussines Insider, as perdas são em parte devido a fatores internacionais.  Os mercados emergentes em todo o mundo têm estado sob pressão devido às guerras comerciais do presidente dos EUA, Donald Trump, e  devido aos temores de que o crescimento econômico chinês possa ser enfraquecido. Factores que  pesaram no sentimento do mercado emergente global prejudicando a procura por recursos sul-africanos em particular.
As taxas de juros mais altas nos EUA   reverteram os fluxos de investimento na África do Sul, o que por sua vez prejudicou o rand.
Outro fator importante foi a queda maciça de 28% na gigante chinesa de tecnologia Tencent. A empresa sul-africana Naspers - que representa um quinto do valor da JSE - possui mais de 30% da Tencent.

Olhando agora para a Ásia…

2018 foi um ano caracterizado por performances abismais no mercado de ações em todo o mundo...
Mas a China levou o biscoito, perdendo quase 27% , que  foi quase o dobro da queda de seu rival mais próximo, o Nikkei 225 do Japão, que caiu 14%.
O CSI 300, índice de ações da China , encerrou as negociações do ano na sexta-feira, 28 de dezembro,  perdendo cerca  de 27% de seu valor, quase o dobro da queda de seu concorrente mais próximo, o Nikkei 225, que caiu 14%. .
As razões para a queda do mercado acionário chinês são numerosas, com fatores globais, como o aperto contínuo da política monetária nos países desenvolvidos e a disputa comercial entre Washington e Pequim, que ajudou a subjugar os estoques no país.

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