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sábado, 2 de novembro de 2024

ONU Lança relatório sobre lacuna de emissões 2024 e António Guterres faz apelo urgente por ação climática



NOVA IORQUE (ONU News) – A urgência da crise climática nunca foi tão evidente. Na apresentação do Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2024, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fez um apelo poderoso e direto, sublinhando a ligação fatal entre o aumento das emissões de gases de efeito estufa e a escalada de desastres climáticos pelo mundo.

“Em todo o mundo, as pessoas estão a pagar um preço terrível”, afirmou Guterres, numa mensagem que não deixa margem para dúvidas.

O relatório, um dos principais documentos anuais sobre as emissões globais de carbono, detalha como os níveis recorde de poluição atmosférica estão a intensificar fenómenos climáticos extremos que atingem comunidades e ecossistemas de forma devastadora. Guterres destacou três áreas principais onde a crise climática se manifesta de forma catastrófica:

🔹 Emissões recorde de gases de efeito estufa estão a aquecer os oceanos a níveis inéditos, alimentando furacões e ciclones de força cada vez mais destruidora.

🔸 O calor extremo transforma florestas inteiras em barris de pólvora prontos para incêndios catastróficos, enquanto as cidades enfrentam temperaturas insuportáveis, tornando o ambiente urbano em verdadeiras “saunas”.

🔹 Chuvas intensas e imprevisíveis provocam inundações com dimensões “bíblicas”, devastando comunidades, destruindo infraestruturas e causando perda de vidas humanas.

A mensagem de Guterres chega num momento crítico. Com a COP29 marcada para este mês em Baku, no Azerbaijão, as Nações Unidas veem nesta conferência uma oportunidade vital para que as nações reafirmem – e ampliem – o seu compromisso com a redução de emissões.

A Responsabilidade das Grandes Economias

Para Guterres, o papel das maiores economias do mundo é inegável. Os países do G20, responsáveis por cerca de 80% das emissões globais, “devem assumir a liderança” na luta contra as mudanças climáticas. Sem compromissos firmes dos principais emissores de gases de efeito estufa, as metas de limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais tornam-se cada vez mais inalcançáveis.

O secretário-geral apela a que os líderes dos países do G20 se posicionem de forma decisiva e liderem pelo exemplo. “A responsabilidade recai sobre as maiores economias, que têm a capacidade e os recursos para fazer mudanças significativas. O tempo para promessas vagas acabou – precisamos de ações concretas e ambiciosas,” reforça.

Uma Campanha pela #AmbiçãoClimática

A mensagem da ONU é clara: precisamos de uma #AmbiçãoClimática mais forte e eficaz. A campanha global convida cidadãos e ativistas a pressionar as lideranças políticas para que adotem políticas climáticas mais rigorosas e implementem reduções de emissões imediatas.

“Esta é uma luta pelas pessoas e pelo planeta,” afirma Guterres, sublinhando que todos têm um papel a desempenhar na proteção do nosso futuro coletivo. Ele incentivou todos os cidadãos a unirem-se ao apelo por uma ação climática mais ambiciosa, usando a COP29 como uma plataforma para exigir mudanças concretas.

Um Apelo à Esperança e à Ação

O Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2024 é um lembrete alarmante da estreita janela de oportunidade que temos para evitar as piores consequências da crise climática. Mas, como sempre, Guterres termina com uma nota de esperança. “Ainda há tempo, mas a janela está a fechar rapidamente. Cabe-nos a nós garantir que este momento de crise se transforme num ponto de viragem para o bem do nosso planeta e das gerações futuras.”

Com o aumento constante de desastres climáticos, desde furacões devastadores a incêndios incontroláveis e inundações sem precedentes, o relatório é mais do que uma análise científica – é um apelo urgente à ação. O momento de agir é agora, e a COP29 pode ser a nossa última grande oportunidade de reverter este caminho trágico.

A apenas 5 anos da Agenda 2030, líderes mundiais firmam novo "Pacto na Cimeira do Futuro 2024"

 

                        Foto: ONU News

Com apenas cinco anos para cumprir a Agenda 2030, líderes de todo o mundo reuniram-se na Cimeira do Futuro e comprometeram-se com um ambicioso "Pacto para o Futuro". Este pacto marca uma resposta urgente e decisiva aos desafios globais mais críticos e sublinha a necessidade de acelerar as ações para alcançar as metas de desenvolvimento sustentável, numa altura em que o tempo está a esgotar-se.

O Pacto para o Futuro: Um Compromisso Urgente e Abrangente

O Pacto para o Futuro é o acordo mais abrangente das Nações Unidas em décadas, com medidas concretas para enfrentar crises iminentes e modernizar a cooperação internacional. Com este pacto, os líderes procuram assegurar que as instituições internacionais estão preparadas para responder de forma eficaz às complexidades do mundo atual, promovendo um sistema mais inclusivo e justo.

Desenvolvimento Sustentável e Financiamento: Uma Corrida Contra o Tempo para a Agenda 2030

A urgência em cumprir a Agenda 2030 é o centro deste pacto. Os países reafirmaram o compromisso de erradicar a pobreza e a fome, e prometeram esforços redobrados para financiar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com soluções inovadoras e uma mobilização de recursos sem precedentes. Entre as principais medidas estão:

Aumento da ajuda ao desenvolvimento; Mobilização de investimentos do setor privado; Estabelecimento de uma taxa mínima global para grandes fortunas, para garantir que a recuperação e o crescimento sejam sustentáveis.

O pacto sublinha ainda a necessidade de ações imediatas face às alterações climáticas. Com apenas alguns anos para evitar os piores impactos, os líderes comprometeram-se a manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C, a acelerar a transição para energias renováveis e a alcançar a neutralidade carbónica até 2050.

Paz e Segurança Internacional: Diplomacia Urgente para Proteger Vidas

Num mundo cada vez mais instável, o Pacto para o Futuro sublinha a necessidade urgente de intensificar os esforços diplomáticos e promover a resolução pacífica de conflitos. Os líderes comprometeram-se a proteger civis em zonas de guerra e a reforçar a responsabilização por crimes graves. O pacto inclui um compromisso histórico com o desarmamento nuclear, o primeiro em quase 15 anos, destacando a urgência de prevenir o uso de armas de destruição massiva num momento de tensões globais crescentes.

Juventude e Participação Global: Incluir os Jovens para um Futuro Sustentável

O Pacto reconhece que o futuro do planeta depende das novas gerações e apela a uma inclusão imediata e significativa dos jovens nos processos de decisão global. Com apenas cinco anos para alcançar as metas da Agenda 2030, os líderes comprometeram-se a financiar organizações lideradas por jovens e a criar espaços de participação, através do Fundo da ONU para a Juventude, especialmente para jovens de países em desenvolvimento.

Ciência, Tecnologia e Inovação: Colmatar Desigualdades de Acesso com Ação Imediata

Reconhecendo que as desigualdades no acesso à tecnologia e à ciência são um obstáculo ao desenvolvimento sustentável, o Pacto introduz medidas urgentes para aumentar a inclusão e a participação de mulheres e raparigas nestes sectores. Os líderes comprometeram-se a aumentar o financiamento para inovação tecnológica com foco nos ODS, e a reforçar as capacidades da ONU para apoiar os países em desenvolvimento no uso de tecnologia para o progresso sustentável.

Transformação da Governança Internacional: Reformas Essenciais para Um Sistema Justo e Eficaz

O Pacto exige uma reforma urgente e profunda do sistema multilateral, tornando-o mais representativo e preparado para responder aos desafios globais. Entre as reformas planeadas está o aumento da representação dos países em desenvolvimento no Conselho de Segurança da ONU e uma revisão da arquitetura financeira internacional para responder às necessidades dos países mais vulneráveis. Estas reformas são vistas como essenciais para que o sistema internacional possa agir rapidamente e com eficácia.




Pacto Digital Global: Garantir Segurança e Inclusão no Mundo Digital

O Pacto Digital Global, parte integrante deste acordo, é uma resposta urgente aos desafios e perigos do mundo digital. O pacto estabelece compromissos para regular e tornar o espaço digital mais seguro, combater a desinformação e proteger os direitos dos utilizadores. Também define um plano para a governança da inteligência artificial, incluindo a criação de um Painel Científico de IA e a possibilidade de um Fundo Global para capacitação em IA.

Declaração sobre as Gerações Futuras: Salvaguardar o Futuro com Ações Concretas

Pela primeira vez, os líderes mundiais assinaram uma Declaração sobre as Gerações Futuras, sublinhando o compromisso de tomar decisões que protejam o futuro e assegurem condições de vida dignas para as próximas gerações. Esta declaração propõe a criação de mecanismos para garantir que as decisões de hoje têm em conta os impactos de longo prazo, promovendo uma visão de governança que antecipa os riscos e protege os interesses das gerações futuras.

Próximos Passos: O Relógio Está a Contar

O Pacto para o Futuro inclui o compromisso de monitorizar de perto a implementação das suas medidas, com uma revisão global prevista para o início da 83ª sessão da Assembleia Geral da ONU. O relógio está a contar, e os líderes mundiais sabem que os próximos cinco anos serão cruciais para cumprir as metas da Agenda 2030. Este pacto estabelece um caminho claro e concreto para transformar promessas em ações, com o objetivo de construir um futuro onde nenhum país ou geração seja deixado para trás.

Um Chamado à Ação: É Agora ou Nunca

O Pacto para o Futuro representa uma resposta urgente e concreta aos maiores desafios do nosso tempo. A necessidade de ação imediata é clara, só através de um esforço global coordenado poderemos garantir um futuro sustentável, justo e seguro para todos.

O FMI divulgou os resultados da pesquisa de acesso financeiro de 2024



Fonte: FMI

Washington, DC: O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou os resultados da Pesquisa de Acesso Financeiro (FAS) de 2024, marcando o 15o aniversário da FAS. O relatório “FAS: 2024 Highlights”, publicado junto com a divulgação de dados, resume as principais tendências de acesso e uso de serviços financeiros nos últimos anos. Fundada em 2009, a FAS desempenhou um papel crucial no fornecimento de dados essenciais para desenvolver e avaliar políticas de inclusão financeira, um tópico de relevância fundamental para o FMI, pois promove uma participação econômica mais ampla, reduz as desigualdades, promove o crescimento inclusivo e ajuda a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O FAS é o banco de dados anual mais abrangente do lado da oferta sobre inclusão financeira, ostentando cobertura global quase completa. Abrange 192 economias, apresentando 121 séries e 70 indicadores normalizados para comparação global. O conjunto de dados da FAS se estende de 2004 a 2023 e continua a evoluir de acordo com inovações financeiras, como a prestação de serviços financeiros digitais e a crescente demanda por dados desagregados por gênero.

Os Serviços Financeiros Digitais Continuam a Fazer Ganhos

Houve um aumento substancial no uso de serviços financeiros não tradicionais, incluindo serviços bancários móveis e pela Internet, sendo o dinheiro móvel particularmente importante na África Subsaariana. No entanto, o uso de serviços financeiros tradicionais continua sendo essencial em muitas economias. Por exemplo, de 2013 a 2019, as contas de depósito por 100 adultos aumentaram em mais de 40% na Europa emergente e em desenvolvimento e na África Subsaariana. O crescimento dos serviços financeiros digitais também levou a um aumento de pontos de acesso não tradicionais, como agentes de varejo e móveis, enquanto os métodos de acesso tradicionais, como caixas eletrônicos e agências bancárias, tiveram um declínio, especialmente desde a pandemia de COVID-19 (Figura).

As Instituições De Microfinanças Continuaram Apoiando Grupos Economicamente Marginalizados

O financiamento por instituições de microfinanças mostrou resiliência em meio a recentes choques econômicos. Em várias economias, os empréstimos de instituições de microfinanças aumentaram, como indicado pelo crescimento do número de contas e empréstimos pendentes. Enquanto os bancos comerciais geralmente fornecem valores maiores de empréstimo, as instituições de microfinanças atendem a uma base de clientes mais ampla, como evidenciado pelo maior número de contas de empréstimo em comparação com as dos bancos comerciais.

Os desafios na estreitação das lacunas de gênero permanecem

Apesar dos benefícios de incorporar as mulheres ao sistema financeiro, persistem lacunas substanciais de gênero no uso de serviços financeiros. Essas lacunas são particularmente evidentes no uso de contas de depósito e empréstimo. Globalmente, os valores de depósito pendentes das mulheres como porcentagem dos homens são de 64%, enquanto seus saldos de empréstimos pendentes representam apenas 46% dos homens. Em termos de diferenças regionais, as economias avançadas demonstram uma inclusão financeira mais igualitária de gênero em comparação com as economias emergentes. Entre os últimos, a Europa emergente e em desenvolvimento, a América Latina e o Caribe mostram uma igualdade de gênero relativamente maior.

Empréstimos a PMEs Recusados

Dados da FAS indicam uma diminuição nos valores pendentes de empréstimos para PME de 2021 a 2023 na maioria das economias que relataram essas informações. Embora várias políticas de apoio tenham sido introduzidas durante a pandemia de COVID-19, desenvolvimentos subsequentes, incluindo condições financeiras mais rígidas e tensões geopolíticas, podem ter contribuído para o declínio dos empréstimos às PME.

Melhorias adicionais no FAS estão sendo testadas

Para garantir que os dados do FAS permaneçam vitais para informar a política de inclusão financeira, um exercício piloto está em andamento para avaliar o potencial de aprimorar o FAS. Isso inclui a incorporação de desagregação adicional de gênero, informações sobre novos serviços de fintech e fatores importantes, como preços e riscos de empréstimos, especialmente para populações carentes.

Fonte: FMI




FMI aprova novo acordo de crédito com Serra Leoa e reforça compromissos de desenvolvimento sustentável

 


31 de outubro de 2024

Fonte: FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou hoje a aprovação de um acordo de 38 meses com Serra Leoa, no valor de aproximadamente 248,5 milhões de dólares, através da Linha de Crédito Ampliada (ECF). Este novo financiamento visa ajudar o país africano a enfrentar desafios económicos críticos, como a elevada inflação, a baixa reserva de divisas e as pressões sobre a dívida pública.

O acordo pretende apoiar o Plano Nacional de Desenvolvimento 2024-30 de Serra Leoa, que procura promover um crescimento económico mais inclusivo e sustentável. Para tal, o programa centra-se em reformas estruturais, investimentos sociais direccionados e melhorias na governança. O FMI espera que o financiamento forneça uma base para fortalecer as finanças públicas, reduzir a inflação e restaurar as reservas internacionais.

Principais Objetivos do Programa

Através deste novo arranjo, Serra Leoa compromete-se a:

Reforçar a sustentabilidade da dívida: Serão implementadas medidas fiscais rigorosas para controlar o endividamento e garantir que o país possa honrar os seus compromissos futuros sem prejudicar o crescimento económico.
Reduzir a inflação: A inflação, que chegou a 55% ao ano em 2023, começou a recuar e o FMI prevê que continue a baixar com o reforço da política monetária.
Reconstruir reservas internacionais: As reservas caíram para menos de dois meses de importações. A reconstrução destas reservas é essencial para estabilizar a economia e sustentar o comércio externo.
Apoiar o crescimento inclusivo: O programa inclui reformas focadas na igualdade de género, no fortalecimento das instituições e na melhoria da distribuição de recursos sociais.

Avanços e Desafios

Nos últimos anos, o governo de Serra Leoa iniciou uma série de ajustes económicos. Em 2023, conseguiu reduzir o défice fiscal em 2,8 pontos percentuais do PIB e manter o crescimento económico acima dos 5%, impulsionado principalmente pelo sector da mineração. No entanto, a dívida pública mantém-se em alto risco, e o país enfrenta desafios com os elevados custos dos empréstimos e uma inflação ainda acima do desejável.

O Sr. Bo Li, Diretor Executivo Adjunto do FMI, destacou os esforços recentes de Serra Leoa para estabilizar a economia e construir credibilidade junto aos investidores internacionais. Elogiou o compromisso do governo com políticas fiscais e monetárias rigorosas, bem como com reformas estruturais, mas alertou que o caminho para a sustentabilidade será longo e exigirá compromisso contínuo.

“Apesar dos abundantes recursos naturais e de uma população jovem, Serra Leoa ainda enfrenta desafios para melhorar os padrões de vida. Os esforços de reforma são promissores, mas é crucial manter a disciplina fiscal e monetária para garantir um crescimento inclusivo e sustentável,” afirmou Bo Li.

Uma Perspectiva de Longo Prazo

O FMI concluiu também a Consulta do Artigo IV com Serra Leoa, uma análise anual que avalia a situação económica do país. A consulta deste ano focou-se em temas como vulnerabilidades climáticas, desigualdade de género, políticas sociais, mobilização de receitas e facilitação do comércio. Estes tópicos são centrais para o desenvolvimento a longo prazo do país e foram integrados no novo programa de crédito.

O novo acordo com o FMI oferece um alívio imediato ao país, com um desembolso inicial de 46,6 milhões de dólares. No entanto, o sucesso do programa dependerá da implementação efectiva das reformas propostas e da capacidade do governo de manter o rumo, enfrentando ao mesmo tempo os impactos de factores externos e internos.

Com este apoio financeiro e o compromisso com reformas profundas, Serra Leoa espera não só estabilizar a sua economia, mas também criar um futuro mais próspero para a sua população, transformando desafios económicos em oportunidades de crescimento inclusivo e sustentável.

ONU Lança relatório sobre lacuna de emissões 2024 e António Guterres faz apelo urgente por ação climática

NOVA IORQUE (ONU News)  – A urgência da crise climática nunca foi tão evidente. Na apresentação do  Relatório sobre a Lacuna de Emissões 202...